sábado, fevereiro 18, 2006

Theroux

Ainda vou na página 381. Portanto, faltam 114. Mas, mesmo que agora parasse, 'Dark Star Safari' já não saía do Clube dos Memoráveis.

É que Theroux não escreveu um mero travelogue. Desceu por África alimentando-se da sua energia vital e deixou-se desabar sobre mim como um murro no peito. Uma tempestade que ainda ando a tentar gerir.

Com instrumentos diferentes, o relato de Paul Theroux entrou no mesmo panteão onde já estavam Bryson (pelo humor) e Chatwin (pelos contos). É uma casa que os escritores de viagens me andam a construir e onde sempre aguardo por novas pedras e novos braços.

Porque, na verdade, a ficção é cada vez menos a minha literatura. Prefiro vidas que alguém viveu. Faz-me saber possível vivê-las. E até posso deixar os livros a meio.

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