terça-feira, março 14, 2006

Gente fina (Tanger, 2003.03.01)

Tinha conduzido a noite toda, mas bastou sair do ferry em Tânger para logo perceber como os marroquinos são prestimosos.

No porto, todos lutam para que nada vos falte. Ora pedem o passaporte ou o visto ou de novo o passaporte. E nem terão que ser funcionários da alfândega. No nosso caso, eram cidadãos comuns que prescindiram do Sábado de Carnaval para que não nos sentíssemos desamparados.

E num gesto que achei ser de acolhimento, era vê-los a esticar o braço com a palma da mão para cima. Na mais humilde ignorância, acabei por deixar uma ou outra moeda naquelas mãos abertas. Espero não ter ofendido ninguém.

Como o bem-estar do estrangeiro é uma prioridade, tivemos até dois marroquinos a buzinar alegremente atrás de nós durante 2 ou 3 quilómetros. Às tantas, lá passaram ao nosso lado e até quiseram que ficássemos com uma espécie de pequeno sabonete acastanhado. Houve quem dissesse que era haxixe, mas não acreditei.

E depois, as crianças a seguirem-nos em pelotão e a desejarem-nos as boas vindas na sua língua. Ainda me lembro das suas vozinhas: “Baksheesh, Basksheesh”.


P.S.: Fora de coisas, vocês têm um país extraordinário. Deixem lá o pessoal curti-lo.

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