sábado, março 04, 2006

2002.12.29, Pelo Nilo

Sempre desconfiei de cruzeiros. Tinha a ideia de que me iria cruzar com gente com quem nunca escolheria estar. E, pior, de quem não conseguiria escapar.

Hoje, por experiência, falo. Num cruzeiro, pode-se ter que jantar com uma professora primária em missão de ódio (“isto são gourgettes, não é? Põem gourgettes em tudo!”), pode-se ter que fumar sem-filtros egípcios (“only wone we ave, zir”) e até ser-se olhado de lado porque todos os outros se disfarçaram de xeques ou odaliscas.

Hoje, por experiência, digo. Fazer um cruzeiro é um exercício de fé. É aceitar com um sorriso uma venda nos olhos. E esperar que o cozinheiro não tenha comprado gourgettes a mais.

Hoje, por experiência, concluo. Levem-se amigos. Cinco ou seis. E depois siga-se para o Nilo e reservem-se os fins de tarde para ver os montes a corar atrás das palmeiras.

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